quinta-feira, 5 de novembro de 2020

A poesia segundo Virginia Rayol Braga Maluf

 

Eterna Chames

 

1 Que prepara os meus rituais

que discorda de meus ancestrais

e me seduz com pequenos desaforos

e duas horas depois com beijos

 

2 Chames, Chames

nessa troca vivencial

digitamos nosso computador

nossa ideologia amorosa

para o novo milênio

 

3 Ah, meu amor!

Fiz-me em aposto

para entender teu feed-back

linhas conflituosas intermediadas

por períodos de democracia

um glossário de vocabulários criativos

sob o impasse de chavôes da mídia

e música dos Cds de Asa de Águia

Chiclete com Banana e Banda Eva

 

4 No meu tempo de adolescente

eu andava de bonde

Deus ia no bonde

Deus era o bonde

 

5 No hoje do teu tempo

Deus está no computador

Deus é o computador

 

6 Chames, travessia,

o caminho e suas trilhas

daquilo que não vivi...

contigo aprendo o reverso da história

que jamais será contada...

 

7 Chames

fogo que apascenta

paz que assusta

proposta...afago

instinto telúrico

de menina e mulher

ser do meu ser

sem ser de mim

 

8 Acima do bem e do mal

és Chames

acima de minhas mortes

és eterna.

 

Virginia Rayol Braga Maluf nasceu em 24.12.18.1950 em São Luís do Maranhão. Graduada em Comunicação, pela Universidade Federal do Maranhão.  Professora titular de Comunicação Social da UFMA. Poetisa, cronista (do jornal “O Estado do Maranhão”).  Faleceu em 3.11. 2002.

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