terça-feira, 11 de maio de 2021

A máquina contra o homem e a serviço do lucro

 

Como gerar empregos num ambiente dominado por novas tecnologias que substituem o homem? Essa pergunta é muito difícil de ser respondida, haja vista, não haver um acordo entre o governo e as empresas no sentido de disciplinar o emprego da automação industrial, que é a utilização de máquinas eletromecânicas, softwares e equipamentos específicos para automatização industriais.

Várias vezes na história, as máquinas mudaram como e onde os humanos trabalham. No passado, o progresso tecnológico levou a mecanização de tarefas manuais que exigiam trabalho físico. Com o advento da Inteligência Artificial (IA) no local de trabalho, trabalhos manuais de baixo nível, como transporte e logística, foram automatizados. 

Muitos avanços tecnológicos, capazes de gerar mais e melhores produtos e aumentar a prosperidade da sociedade, simplesmente resultam em cortes em vagas de trabalho. Quando a revolução industrial introduziu teares mecânicos e máquinas a vapor, milhares de artesãos ficaram sem emprego. Quando a informática permitiu a criação de caixas eletrônicos nos bancos, reduziu-se o mercado de trabalho para bancários. A mecanização da agricultura eliminou inúmeras vagas de trabalho de colheita manual.

Como o empresário numa economia capitalista só visa o lucro e com base na busca incessante do aumento dos lucros, toda uma política empresarial é voltada para a produtividade que significa produzir mais, com melhor qualidade e com menos emprego de mão de obra humana. Numa palavra, com menos mão de obra humana e maior margem de lucro.

Na atualidade o setor que mais gera emprego é o setor terciário, que engloba o turismo, serviços públicos, corretagem de imóveis, hospitais, restaurantes, escolas e atividades financeiras em geral. A indústria cada vez mais emprega menos mão de obra humana, o que encolhe um mercado de trabalho, que no passado era o responsável pela empregabilidade dos humanos. A indústria automobilística que no passado foi a responsável pelo pleno emprego, hoje em dia opera quase sem humanos.

Hoje em dia, o que se verifica no mundo do trabalho é a completa desumanização do trabalho, porque o regime da revolução e da inovação tecnológica ao invés de tornar a vida do trabalhador mais leve, muito pelo contrário, porque o robô e o computador tornam obsoleto o trabalho humano.

O que ainda não sabemos prever é sobre o futuro do mercado consumidor, com a perda de poder aquisitivo do potencial consumidor que é o trabalhador. Com o avanço sem dó nem piedade da automação sobre o serviço humano, o que sobra para o homem é o serviço precário que se dá na forma do serviço terceirizado. Mas existem outras formas de trabalho precário, como o informal, o trabalho em falsas cooperativas, o trabalho escravo e o trabalho infantil.

Diante de um quadro como este, percebe-se que o homem, a cada dia que passa vai sendo descartado e trocado pela máquina que trabalha sem exigir aumento de salário, férias remuneradas, licença para tratamento de saúde e aposentadoria, enfim, sem direitos sociais. Se a máquina consumisse, a economia continuaria funcionando sem o consumo humano. O mundo ideal para o empresário.

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