Não é de hoje que se discute o desenvolvimento do estado do Piauí, o estado mais pobre da Federação e que continua sendo o último estado brasileiro em nível de prioridades do governo federal. Até mesmo sob os dois governos Wellington Dias, que coincidiram com os governos do seu companheiro Luís Inácio Lula da Silva na presidência da república, o Piauí não recebeu um tratamento diferenciado, como era esperado por todos os piauienses, que lhe permitisse ser recompensado pelo abandono a que sempre foi legado, por todos os governos brasileiros, isso desde que o Brasil existe.
Quais são as obras estruturantes que o estado do Piauí tem que possa lhe permitir ao menos sonhar em romper com um atraso secular, que faz com que este estado ande a reboque do desenvolvimento nacional? Nem um porto marítimo o Piauí tem. O seu potencial energético não é suficiente para estimular um grande investidor a vir a se instalar no estado. A sua malha ferroviária quase não existe. O estado do Piauí em pleno século XXI ainda sofre com a falta de boas rodovias que facilitem a escoação de toda sua soja produzida na região dos cerrados. Isso significa dizer que o estado do Piauí precisa de obras de infra-estrutura, sem as quais o progresso vai sempre passar ao largo.
O Brasil tem uma grande dívida para com o estado do Piauí, que por ser um estado muito pobre, continua sendo um grande exportador de mão de obra não qualificada, formada por homens e mulheres que migram para as regiões Sul e sudeste em busca de melhores dias. Como o Brasil desenvolvido poderá saldar essa dívida histórica com o Piauí? Assim como aconteceu com a nossa população negra, que desde o governo Fernando Henrique Cardoso passou a ser beneficiada através de políticas públicas compensatórias. Políticas públicas compensatórias e de emancipação que são necessárias e indispensáveis em qualquer país, sobretudo naqueles, como o Brasil, que receberam uma herança poderosa de problemas sociais resultantes da longuíssima duração de uma estrutura econômica baseada no trabalho escravo e no desequilíbrio regional.
Assim como a região amazônica que foi beneficiada com a criação da Zona Franca de Manaus, o estado do Piauí deveria neste momento, ser favorecido com algumas Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs), antes dos outros estados que já dispõem de uma infra-estrutura razoável. Mas como o Piauí não tem poder político e peso suficiente para pressionar e exigir dos nossos governantes, este estado continuará recebendo apenas migalhas e sorrisos dos presidentes que nos visitam.
Estados como Maranhão e Piauí, para fazer frente aos estados do Ceará, Pernambuco e Bahia, que na região Nordeste são sempre os mais beneficiados, deveriam formar dois grupos parlamentares, na Câmara Federal e no Senado para atuarem conjuntamente na defesa dos seus interesses. Fica aqui a sugestão.
Em TemPo:
Os políticos piauienses não tem compromisso com o estado, porque se elegem na base do Money. Vão a Brasília a passeio e descansam nos finais de semana nas praias de Luís Correia. Nas suas passagens por Teresina, usam as emissoras de televisão, fazem belos discursos e ficam em paz com as suas consciências.
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