Muito são os anéis que seus aniversários desenharam em
seu tronco. Estas árvores, estes gigantes cheios de anos, levam séculos
cravados no fundo da terra, e não podem fugir. Indefesos diante das serras
elétricas, rangem e caem. Em cada derrubada o mundo vem abaixo; e a passarada
fica sem casa.
Morrem assassinados os velhos estorvos. Em seu lugar,
crescem jovens rentáveis. Os bosques nativos abrem espaço para os bosques
artificiais. A ordem, ordem militar, ordem industrial, triunfa sobre o caos
natural. Parecem soldados em fila os primeiros eucaliptos de exportação, que
marcham rumo ao mercado internacional.
Fast
food, fast food: os bosques artificiais crescem num
instante e vendem-se num piscar de olhos. Fontes de divisas, exemplos de
desenvolvimento, símbolos do progresso, esses criadouros de madeira ressecam a terra
e arruínam os solos.
Neles, os pássaros não cantam.
As pessoas os chamam de bosques do silêncio.
Em
tempo:
O Brasil está sendo invadido por plantas exóticas, como
o Nim indiano que está destruindo o
bioma caatinga e ninguém n estado do Piauí levanta sua voz contra esse crime
ambiental. O município de São Raimundo Nonato (PI) está sendo tomado por essa
planta que acaba com a abelha nativa e nós os brutos silenciamos. A UFPI nunca
se preocupou em desenvolver um estudo sobre essa planta. Aliás, esta nossa
universidade parece que desconhece esse fenômeno.
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