“A mulher tem filhos só para o
seu prazer. Um filho para chamar de seu, sem pensar nas consequências”. (Tomazia Arouche)
O amor
materno tão cantado e decantado em verso e prosa por poetas e prosadores; por
pessoas sensíveis, não passa de um sentimento de culpa que a mãe experimenta ao
jogar no oco do mundo e num mundo cruel e absurdo, um ser que não pediu para
nascer.
A mulher
muito mais do que o homem é culpada pela sorte do filho que qualquer que seja o
seu destino é colocado no mundo para sofrer. Um sofrimento que começa com o seu
nascimento e só termina com a sua morte. A morte que deveria ser encarada com
alegria, porque representa o fim de todo tipo de sofrimento, mas que na cultura
ocidental é vista com tristeza.
A maternidade,
para a maioria das mulheres, sobretudo as de pouca ou nenhuma escolaridade e
cultura; as mulheres reconhecidamente domesticas que se sentem realizadas ao
carregarem durante nove meses um ser que ninguém será capaz de prever é à
suprema felicidade, glória e virtude.
O homem,
via de regra, entra na produção de um filho, como reprodutor, um animal que
cruza com outro animal, só para a perpetuação da espécie ou para o melhoramento
genético do rebanho. Um ato praticado por um animal irracional que após o ato
ter sido consumado, dá de costas e segue acasalando sem se preocupar com a vida
daquele que ele, o bicho colocou no mundo. Poucos são os pais que são
considerados responsáveis.
A mulher
consciente ou inconscientemente 'ama incondicionalmente' o seu filho, como que
para reparar o mal que fez a outra pessoa. Não existe nada mais cruel no mundo,
do que colocar um ‘ser’ num mundo para sofrer e sofrer. Ninguém nasce para ser
feliz.
As
mulheres sem filhos não carregam nenhum tipo de culpa. Elas podem até serem
mulheres tristes, mas sem se sentirem responsáveis vida e sorte de
outrem.
Joaquim
José Severino
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