domingo, 27 de dezembro de 2015

O amor materno não passa de um sentimento de culpa




“A mulher tem filhos só para o seu prazer. Um filho para chamar de seu, sem pensar nas consequências”. (Tomazia Arouche)

O amor materno tão cantado e decantado em verso e prosa por poetas e prosadores; por pessoas sensíveis, não passa de um sentimento de culpa que a mãe experimenta ao jogar no oco do mundo e num mundo cruel e absurdo, um ser que não pediu para nascer.

A mulher muito mais do que o homem é culpada pela sorte do filho que qualquer que seja o seu destino é colocado no mundo para sofrer. Um sofrimento que começa com o seu nascimento e só termina com a sua morte. A morte que deveria ser encarada com alegria, porque representa o fim de todo tipo de sofrimento, mas que na cultura ocidental é vista com tristeza. 

A maternidade, para a maioria das mulheres, sobretudo as de pouca ou nenhuma escolaridade e cultura; as mulheres reconhecidamente domesticas que se sentem realizadas ao carregarem durante nove meses um ser que ninguém será capaz de prever é à suprema felicidade, glória e virtude.

O homem, via de regra, entra na produção de um filho, como reprodutor, um animal que cruza com outro animal, só para a perpetuação da espécie ou para o melhoramento genético do rebanho. Um ato praticado por um animal irracional que após o ato ter sido consumado, dá de costas e segue acasalando sem se preocupar com a vida daquele que ele, o bicho colocou no mundo. Poucos são os pais que são considerados responsáveis.

A mulher consciente ou inconscientemente 'ama incondicionalmente' o seu filho, como que para reparar o mal que fez a outra pessoa. Não existe nada mais cruel no mundo, do que colocar um ‘ser’ num mundo para sofrer e sofrer. Ninguém nasce para ser feliz.     

As mulheres sem filhos não carregam nenhum tipo de culpa. Elas podem até serem mulheres tristes, mas sem se sentirem responsáveis vida e sorte de outrem.     

Joaquim José Severino

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